domingo, dezembro 04, 2011

A consciência da morte nos ajuda a viver




Uma das características do ser humano mortal é ter consciência de sua temporalidade. Ele não viverá  para sempre. A morte o acompanha desde o início do caminho.
Este sempre foi um drama terrível para os seres humanos.
Com respeito à consciência da morte, Reich questiona acerca de: por que perdemos a capacidade de nos sentir parte do todo? o que nos impede?
Enquanto o ser humano não se sentir parte do universo, não deixará de destruir a natureza, pois pensamos erroneamente, que não nos afeta diretamente.
Reich afirma que a falta da capacidade de nos sentirmos integrado através da consciência de que somos parte da natureza, ocorre porque, até mesmo nossa chegada ao mundo não foi adequada, isto é, não fomos bem recebidos.
Ao nascermos, somos afetados de diversas formas por agressões externas.
Tiram-nos de nossas mães logo após o parto, para limpar-nos, aplicar remédios, fazer exames, cortam o cordão umbilical antes de parar de pulsar.
Saimos de um ambiente de 36 graus do útero, e assim chegamos numa sala gelada, com luzes fortes, em fim...
Não deixam nossos pais embalarmo-nos em seus colos pois do contrário dizem que ficaríamos mal acostumadas. Algumas criações defendem a idéia de deixar as crianças chorando no berço até que aprendam a dormir sozinhas.
Quer dizer, as condições em que nossas energia bio psíquica vai se estruturando não são as que corresponderiam para um desenvolvimento adequado de nossa potencialidade.
Para nos defendermos disso, nos submergimos em uma couraça, que vai nos isolando do exterior e também da nossa própria essência.
Como consequência, nossa percepção se embrutece e nos impede de captar realidades essenciais e sutis.
Porisso dentro da orgonomia falamos da prevenção da autorregulação infantil onde, como pais, temos uma grande responsabilidade para permitir que o ser que chega ao mundo não tenha suas potencialidades limitadas.
Os primeiros anos de vida marcam as características básicas desse ser.
Nós morremos permanentemente, mas nos mantemos em dinâmicas de intemporalidade sem nos darmos conta de que tudo dura um certo tempo.
 Se recuperarmos o contato com a realidade do morrer, com nossa temporalidade, teremos mais motivos para aproveitar nossas capacidades e celebrar a vida.
Corroborando diversos autores, sabemos que a pessoa que é capaz de viver está mais preparada para morrer, ainda que isso pareça um paradoxo.
Se sou consciente de cada ato que realizo e das consequências desses atos no plano indivicual e coletivo, poderei expandir-me assumindo cem por cento da vida que vivo.

Xavier Serrano

O filho do outro é um presente

  Se você se relaciona com alguém que tem filhos saiba que tudo que esse filho traz junto com ele é, de algum forma, um tipo de aprendizado ...