domingo, maio 29, 2011

Você Tem Fome de Quê?

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Comemos quando sentimos fome e também quando sentimos raiva, frustração e rejeição. Para compensar algo ou aplacar uma angústia que nos corrói por dentro, quando estamos ansiosos e também, alegres.
Tudo isso pode indicar uma confusão com nossas reais necessidades. Comer acaba se transformando na saída para compensar algo.
Quando se transforma em compulsão, isto é, quando comemos muito, mesmo sem sentir fome – entenda por compulsão a incapacidade de dominar um determinado impulso – é um tipo de comportamento genuinamente imaturo, alguém que não consegue lidar com a frustração e sempre busca compensação imediata.
Quando a compulsão alimentar vira obesidade, ou quando começa a incomodar a imagem corporal, a comida torna-se compensação dos problemas que não estão conscientes e acaba por se transformar em um círculo vicioso, subestimando a ingestão alimentar.
Quanto mais pensamos em emagrecer, mais pensamos em comida, sinal de que a fome é outra, de outro tipo de alimento. Pois quem determina a fome de alimentos ou de afeto não é o estômago e sim a mente.
gula2 É fome ou vontade de comer?
magraemergente.com

A gula é uma fome psicológica, funciona como um alarme, conta-nos que estamos distanciados das nossas reais necessidades.
O açúcar alimenta a fome de carinho. Sua fome é de que?
De vida, de criatividade, de viver uma vida mais leve?
Ou sua fome é de amor?
 De amor por si mesmo.

terça-feira, maio 24, 2011

A Lenda das Areias





Vindo desde as suas origens em distantes montanhas, após passar por inúmeros acidentes de terreno nas regiões campestres, um rio finalmente alcançou as areias do deserto. E do mesmo modo como vencera as outras barreiras, o rio tentou atravessar esta de agora, mas se deu conta de que suas águas mal tocavam a areia nela desapareciam.
Estava convicto, no entanto, de que fazia parte de seu destino cruzar aquele deserto, embora não visse como fazê-lo. Então uma voz misteriosa, saída do próprio deserto arenoso, sussurou:
- O vento cruza o deserto, o mesmo pode fazer o rio.

O rio objetou estar se arremessando contra as areias, sendo assim absorvido, enquanto o vento podia voar, conseguindo dessa maneira atravessar o deserto.
- Arrojando-se com violência como vem fazendo não conseguirá cruzá-lo. Assim desaparecerá ou se transformará num pântano. Deve permitir que o vento o conduza a seu destino.
- Mas como isso pode acontecer?
- Consentindo em ser absorvido pelo vento.
Tal sugestão não era aceitável para o rio. Afinal de contas, ele nunca fora absorvido até então. Não desejava perder a sua individualidade. Uma vez a tendo perdido, como se poderá saber se a recuperaria mais tarde?
- O vento desempenha essa função - disseram as areias. - eleva a água, a conduz sobre o deserto e depois a deixa cair. Caindo em forma de chuva, a água novamente se converte num rio.
- Como posso saber que isto é verdade?
- Pois assim é, e se não acredita, não se tornará outra coisa senão um pântano, e ainda isto levaria muitos e muitos anos; e um pântano não é certamente a mesma coisa que um rio.
- Mas não posso continuar sendo o mesmo rio que sou agora?
- Você não pode, em caso algum, permanecer assim - retrucou a voz. - Sua parte essencial é transportada e forma um rio novamente. Você é chamado assim ainda hoje por não saber qual a sua parte essencial.
Ao ouvir tais palavras, certos ecos começaram a ressoar nos pensamentos mais profundos do rio. Recordou vagamente um estágio em que ele, ou uma parte dele, não sabia qual, fora transportada nos braços do vento. Também se lembrou, ou lhe pareceu assim, de que era isso o que devia fazer, conquanto não fosse a coisa mais natural.
E o rio elevou então seus vapores nos acolhedores braços do vento, que suave e facilmente o conduziu para o alto, e para bem longe, deixando-o cair suavemente tão logo tinham alcançado o topo de uma montanha, milhas e milhas mais distante. E porque tivera suas dúvidas, o rio pode recordar e gravar com mais firmeza em sua mente os detalhes daquela sua experiência. E ponderou: - Sim, agora conheço a minha verdadeira identidade.

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O rio estava fazendo seu aprendizado, mas as areias sussuraram:
- Nós temos o conhecimento porque vemos essa operação ocorrer dia após dia, e porque nós, as areias, nos estendemos por todo o caminho que vai desde as margens do rio até a montanha.
E é por isso que se diz que o caminho pelo qual o Rio da Vida tem de seguir em sua travessia está escrito nas Areias.
A Lenda das Areias
Esta bela história circula na tradição oral de muitas línguas, sendo divulgada entre os dervixes e seus discípulos.

Ela foi citada na obra de Sir Fairfax Cartwright "A Rosa Mística e o Jardim do Rei", editada na Inglaterra em 1899.
A presente versão é de Awad Afifi, o Tunisino, que faleceu em 1870.

Extraído de
'Histórias dos Dervixes'
Idries Shah
Nova Fronteira 1976

enviado por Vera Lúcia Mercucci (contadora oficial de histórias na minha vida)           

sábado, maio 21, 2011

O Mito da Princesa - Parte 2


modismonet.com

O que a princesa Kate tem de semelhança com a princesa Diana? Asseguro a vocês que, por enquanto, somente o inconsciente coletivo das pessoas mobilizado para que alguém a substitua.
No mês em que Bin Laden foi, supostamente assassinado, as pessoas sentem cada vez mais a necessidade de comparações, na esperança de encontrarem princesas em pleno século XXI. Mas para surpresa de alguns, o mito da princesa está vivo, sinal que ainda exite certa carência do lúdico em nossas vidas.
A “Princesa do Povo” se tornou um mito após a sua trágica morte, em 31 de agosto de 1997, no túnel da Ponte de l’Alma,  em Paris.

 Os mitos nascem assim, e mobilizam em nós vários conteúdos internos construídos pela nossa cultura.

Diana inspira algo frágil, encantador, sedutor e manipulador em sua imensa vontade de agradar a todos. Quando muito jovem se casou com o gélido, distante, mas para ela, desejável Charles.

Seus traços mais aparentes são a vulnerabilidade, carência e o uso da sedução na busca de ser amada.

Em seu casamento de contos de fadas, com direito a toda pompa e carruagem,  Diana estava reeditando o mito da princesa raptada e enclausurada num mundo de muito brilho aparente, que para ela equivaleu aos caminhos sombrios e tenebrosos do mundo de Hades, seu inferno pessoal, porque o amor não estava lá, e nem a princípio, a chance de ser ela mesma.

Depois do casamento no palácio vem o "foram felizes para sempre". Radicalmente diferente do padrão açucarado, para  ela este foi o início do seu processo de vitimização, papel que, pela sua personalidade, lhe caia bem com a ajuda de seu narcísico marido, que sentia muito ciúme da beleza e carisma que ela invocava do povo inglês.
Seu casamento foi minado pela rejeição de sua nova família e ao que consta, pela indiferença e infidelidade de seu marido. A infelicidade a levou a bulimia e o fascínio pela morte que a acompanhavam sempre, através da depressão. Estes foram talvez os piores dragões que ela encontrou, tanto mais poderosos por serem internos. Quase cedeu a eles, mas os enfrentou levando para o mundo seu imenso desejo de amor. Seu trabalho com pessoas desvalidas foi adquirindo uma dimensão muito especial, e dava para perceber um impulso verdadeiro por trás do sorriso que era constantemente filmado e fotografado. A generosidade , coragem e autenticidade com que tocou leprosos , abraçou aidéticos e vítimas de minas anti - pessoais , envolvendo até moribundos com seu calor , falam de um resgate profundo de sua dor.
Intensamente amada, nunca pela monarquia, mas pelo povo, foi aprendendo a valorizar seu próprio sorriso , ternura e espontaneidade , adquirindo aos poucos alguma autoconfiança e com ela o direito de tentar buscar seus próprios caminhos. Sempre "raptada" por amantes ou situações que finalmente a traiam, continuou teimosamente tentando ser Diana.
Elizabeth, perpetuadora das tradições da corte, cuidava para que tudo ficasse protegido pelos muros de concretos do palácio. Mas Diana insistiu em revelar a sua dor, com seu olhar vitimado e complacente. Duramente criticada por isso e por não ser uma pessoa intelectualmente preparada, foi provando, ao ofuscar sogra e marido com seu carisma e seu instinto, que intuição e sentimentos podem ter uma grande sabedoria . Com isso Diana propôs um modelo diferente da tão desencantada celebridade, que era o padrão único de bom gosto e adequação na classe alta européia.
“Em seu enterro pode ser visto a extensão do efeito que Diana causou ao se permitir ser mais gente do que princesa, quando os ingleses , um povo tão reprimido e frio, puderam chorar abertamente . Durante séculos foi valorizado nesta cultura a impassibilidade como sinal de força , até que não só a expressão do sentir como o próprio sentir foram asfixiados . Agora , ao contrário , os ingleses até exigiam ( " Queremos ver sua aflição ! " ) da família real um comportamento mais empático e caloroso . A rainha Elizabeth passou a ser vista como uma " bruxa gélida " e Diana teve sua vingança quando ela , quebrando o protocolo, teve que sucumbir às exigências e fazer um pronunciamento declarando sua tristeza, e exibir a bandeira a meio pau , sinal de luto. Muito simbólico, isso, pois se o mundo estava de luto por Diana a rainha só poderia estar pelo efeito que a princesa causara em seu reinado...A casa de Windsor seguramente não terminará, o efeito "heróico" de Diana é mais sutil que isso, mas foi forçada pelo menos temporariamente a se adaptar a um novo estilo.”  Citado por Maria Liberman (psicanalista junguiana).
Elizabeth permaneceu como rainha má, enquanto Diana  se eternizou “princesa do povo”, transcendendo  aos títulos que lhe foram tirados.
Permanece ainda a pergunta que fiz no início? Kate ou Diana?
Não há comparação a ser feita por enquanto. A que tudo indica Diana, mãe afetuosa, mostrou os filhos ao mundo fora dos muros reais. Educou-os a seu modo e pavimentou o caminho que pode levar William à proximidade entre a família real e seu povo, podendo ser efetivamente o rei, caloroso e não de gelo como Charles.

 Será possível que o  mito da princesa constela em mulheres que atraem consequentemente homens narcísicos, ou vestem mulheres infelizes e incapazes de mudar seu destino?
Será o arquétipo da princesa enraigado em muitas mulheres que pensam em pagar o alto preço do machismo e da submissão em prol da família, perdendo-se entre a responsabilidade e a crença de que ser mulher é colocar-se ao inteiro dispor de outros e esquecer de si mesma?


O mito da princesa revela, antes de tudo, a necessidade que muitas mulheres sentem de estar sob os cuidados do "príncipe", sucumbindo a ela a isenção da responsabilidade em ser feliz por si mesma..

terça-feira, maio 17, 2011

Simbologia dos pés



Para Freud, o pé teria um significado fálico e o sapato seria um símbolo feminino. Cabe ao pé adaptar-se ao sapato. Existe até um provérbio que diz: "é preciso encontrar um sapato para o seu pé"
Nesta perspectiva, o pé é um símbolo erótico tanto nos povos primitivos quanto nos civilizados, sendo por vezes considerado um fetiche sexual. Não é atoa que é costume das mulheres enfeitarem tornozelos com jóias.

Não podemos deixar de lembrar do conto da Cinderela, que perde um de seus sapatinhos no baile real. O príncipe, que no baile se apaixonara por ela, vai procurar a dona do sapatinho.
Este mesmo tipo de conto pode ser encontrado nas tradições do Egito antigo. Como por exemplo, a estória da cortesã que teve suas sandálias roubadas por uma águia enquanto tomava banho. A águia levou as sandálias ao faraó, que admirado com o refinamento das mesmas e imaginando os pés que as calçavam, procurou esta moça em todos os lugares do reino e, encontrando-a, desposou-a.
Este mito encontra-se frequentemente, e sob formas diversas, em diferentes lugares da terra. De um ponto de vista simbólico, levar os pés a alguém é devolver-lhe toda capacidade de prazer, é recolocá-lo de pé. Quando Jesus está aos pés de seus discípulos, não é apenas por um gesto de humildade, mas também representa um gesto de
cura e de amor.


Enquanto os cabelos são raízes de céu, os pés são nossas raízes na terra. Uma conjunção, união dos opostos.
Os pés têm a forma de uma semente. Temos em nosso corpo estruturas em forma de sementes: os pés, os rins e as orelhas.
Os povos antigos dizem que se temos bons pés, temos então bons olhos e nesta sabedoria nos é lembrado que a cabeça nada é sem os pés. Por isso, dizemos para "manter os pés no chão" como forma de encarar a realidade.
Os pés levam para o lugar que a cabeça apenas sonha. Da mesma forma os chineses postulam que a inteligência não está nas cabeças e sim nos grande artelhos...
E quanto a você? Será que seus pés o estão levando para onde você realmente deseja ir?

segunda-feira, maio 09, 2011

Ser mãe



Quando estava ainda no primeiro ano de faculdade, li sobre a experiência feira com passarinhos pelo famoso etólogo austríaco Konrad Lorenz, cujos detalhes hoje me escapam, mas cujo sentido básico é muito interessante.
Lorenz observou que um filhote de passarinho, ao quebrar a casca do ovo, considera mãe o primeiro objeto que se mexe ao seu lado.
Ele então experimentou tornar-se mãe de alguns filhotes. Mal ele se aproximava, os passarinhos abriam o bico para serem alimentados.
Um dia ele teve que se afastar repentinamente e, ao voltar, imaginou encontrar os passarinhos mortos de fome. Para sua surpresa, os filhotes estavam se virando muito bem - sozinhos!
Lorenz repetiu a experiência de vários modos e chegou a algumas conclusões.
Se a mãe não se afasta nunca - imagine uma mãe mecânica sempre ali, disponível - os filhotes nunca aprendem a comer sozinhos e, na idade adulta, separados  da mãe, morrem de fome. A separação, portanto é essencial para o amadurecimento. Só que há um tempo adequado para a mãe se afastar do filhote. Se é cedo demais, ele não aprende a se alimentar sozinho. Se a mãe é desleixada, alimenta mal os filhos, submete-os a duras privações, eles também morrem de fome e não aprendem a comer sozinhos.
No entanto é fundamental que a mãe aproveite ao máximo os primeiros meses de presença integral junto ao filho. Aproveite para dar amor. Bobagem isso de achar que a criança as vezes deve ser frustrada para aprender.
No começo a mãe deve ser um inesgotável centro de mordomias para o filho.
O nenê chora? Deixar chorar senão acostuma mal? Coisa nenhuma. Ele chora porque está  sofrendo alguma frustração e precisa da mãe.
A realidade já se encarrega de frustrar o bebê. Ele já sente frio, calor, fome, dor, medo. Ele precisa é de muita mãe junto dele. Mãe seguindo a intuição de que não deve deixar sofrer. O bebê neste momento começa a lidar com o fato de que ele e a mãe não são uma coisa só. E quanto mais coisas boas ele obtém na relação com a mãe, com mais saúde emocional ele vai enfrentar a frustração  e a raiva pelas coisas ruins.
Se ele tem poucas compensações, a raiva torna-se muito ameaçadora.
Porém existem mães que acham que, o que dão para os filhos é sempre pouco.
Convém dizer que a mãe que está permanentemente atacada pela culpa não deve atribuir isso ao filho. Este problema está ligado mais a sua personalidade.
Mãe que fica cedendo tudo ao filho, vira aquele pai tradicional que chega em casa, dá um doce, brinca um pouco e no final das contas quem educa é a mãe. No caso dessa mãe, vejo que os filhos cutucam e provocam exatamente para pedir uma definição dela.
Mas sobre isso aprofundaremos em outro momento. Por enquanto ficam as lições da mamãe passarinho, de que mãe é aquela (aquele) que assume esse papel, isso significa que o pai também pode fazê-lo.

sábado, maio 07, 2011

Ser mãe para ser feliz ou ser feliz para ser mãe?


No ciclo vital da mulher há três períodos críticos: a adolescência, a gravidez e o climatério, são períodos de transição que constituem fases do desenvolvimento da personalidade e que possuem vários pontos em comum (Diniz, 1999). São fases biologicamente determinadas, caracterizadas por mudanças metabólicas e hormonais complexas; por reajustamentos interpessoais e intrapsíquicos, mas também por alterações interpessoais e interpsíquicas. Tantas mudanças podem resultar em estados temporários de desequilíbrio, e em significativas alterações na identidade da mulher devido às grandes expectativas quanto ao papel social esperado (Maldonado, Dickstein, & Nahoum, 2000).
Desde a infância as meninas treinam o papel de boa mãe, onde a mulher deve ser capaz de enormes sacrifícios, entre eles ser amável, tranqüila, compreensiva, terna, equilibrada, acolhedora, feminina em tempo integral! Espera-se um ideal, um modelo de mãe perfeita, uma imagem romanceada da maternidade construída ao longo dos últimos séculos, que está alicerçada sob um rígido padrão incapaz de admitir qualquer vestígio de sentimentos ambivalentes nas mães.
Acontece, porém, que na ocasião do nascimento de um filho, a maioria das mulheres experimentam sentimentos contraditórios e inconciliáveis com a imagem idealizada de maternidade ditada pela cultura. Desta forma, estabelece-se um conflito entre o ideal e o vivido e instaura-se um sofrimento psíquico que pode se configurar como uma base para a depressão após o parto.
Culturalmente, as representações sociais da maternidade estão fortemente calcadas no mito de mãe perfeita. Esta concepção assume proporções insustentáveis, segundo as quais acredita-se que a maternidade é inata à mulher. É a idéia de que a maternidade é parte inerente ao ciclo evolutivo vital feminino. Neste sentido, supõe-se que a mulher, por ser quem gera os filhos, desenvolve um amor inato pelas crianças e fica sendo a pessoa melhor capacitada para cuidar delas (Falcke & Wagner, 2000)
Atualmente, culpa e maternidade são quase sinônimos.
Esta resistência aponta para relação entre culpa materna e estilo de maternidade veiculado ao longo das gerações, ou seja: o homem adquire o privilégio do exercício da paternidade voluntária, enquanto a mulher se submete à maternidade obrigatória. Não existem sanções sociais para o homem quando se nega a ter filhos ou a cuidar bem deles, para mulher, entretanto, não é bem assim que funciona.
A medida em que a mulher precisa desesperadamente ser boa mãe, precisa desesperadamente que as crianças sejam bons filhos. O filho vira testemunho do seu sucesso ou do seu fracasso. E aí qualquer problema que tenha, o filho vai lidar com com as frustrações dele com as da mãe.
 Ser mãe é ser administradora, pois uma coisa é ter mãe que está fora, trabalhando, e outra coisa é sentir-se abandonado. Se o filho sente que a mãe, de qualquer forma, está presente quando ele precisa, essa é uma diferença decisiva. A maior ou menor presença junto ao filho vai depender de muitos fatores concretos.
A mãe pode estar o dia inteiro com o filho e frustrada, porque não está tocando sua vida, com um monte de raiva inconsciente por causa disso, com dificuldade de ter o coração aberto para ele.
 A mãe que se permite ter sua vida pode sentir-se  mais livre para amar.
Quem consegue dizer não, tem um sim mais cheio de valor. Não acredito em alguém frustrado, fazendo um enorme sacrifício pelo outro, e conseguindo amar.
A qualidade de amor que vem daí não pode ser boa, porque amor anda junto com prazer, mesmo no sacrifício.
Porisso ser feliz vem primeiro, ser mãe depois!

O filho do outro é um presente

  Se você se relaciona com alguém que tem filhos saiba que tudo que esse filho traz junto com ele é, de algum forma, um tipo de aprendizado ...