sexta-feira, julho 01, 2011

Qual o seu vício?

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O Cérebro humano é uma máquina que aprende com os hábitos, se não fosse assim, teria que aprender a fazer tudo de novo o tempo todo. Só que o cérebro não sabe diferenciar hábitos bons de hábitos ruins. Dessa forma à medida que envelhecemos, ele passa a reagir cada vez mais por força do hábito.
Portanto devemos analisar qual é nossa válvula de escape para os problemas do dia a dia. Essa mesma válvula é conhecida como vício.
A maioria de nós possui um hábito corriqueiro, vício.
Alguns aprendem que é pela boca que se pode amenizar as frustrações, e quanto menor a tolerância à frustração, maior o vício.

A psicoterapia caracteroanalítica (análise do caráter) ressalta que se o seu cérebro aprendeu a buscar satisfação oral, ou seja, pela boca, provavelmente você busque ingerir uma grande quantidade de comida, por vezes de uma vez só. Ou busque o álcool, o cigarro, a maconha, no intuito de sentir melhor.
Mesmo que se arrependa depois de fumar, beber, ou comer compulsivamente, a semelhança está na necessidade de diminuir a ansiedade, ou amenizar a carência, lidar com a dor de uma perda, etc.
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Mas o fato é que o cérebro aprendeu que é assim que se "cura" uma frustração. Claro que os vícios não são todos de caráter oral.Alguns tem a necessidade de comprar, outros de fazer sexo. As razões são infindáveis. Há pessoas que não bebem, não fumam, não come de mais, mas são verdadeiramentes obsecados por alguém, (namorado, marido), não suportam estar sozinhos.

Nossa cultura contribui de forma grotesca para isso. Observem o que fazemos com as crianças quando elas estão frustradas por algum motivo: damos um remedinho, um mingalzinho, leitinho, uma chupeta, mamadeira...
Tudo pela boca!
Não suportamos vê-la chorar.
Isso porque não estamos acostumados a acolher a dor do outro, queremos dar um analgésico para curar a dor ao invés de dar colo, de oferecer o ombro, ou quem sabe chorar junto.
Aprendemos a ouvir: "não chore, não chore"
Daí quando adultos não sabemos depois como lidar com a dor, a não ser que tenhamos uma válvula que momentaneamente nos ofereça paz.
Dia desses em um hospital ouvi um profissional falar para uma senhora que acabara de perder o filho: "Não chore mãezinha!" 
Como não chorar numa situaçao de perda como esta?
Pelo contrário, através do choro, talvez ela possa esvair um pouco a sua dor. Muitos dias ela terá como companhia as lágrimas dessa perda irreparável.
O fato é que somos preconceituosos com a dor do outro.
Aliás com a nossa própria dor. Somos intolerantes conosco e porisso recorremos aos vícios.
Ninguém chama a obesidade de vício por comida. Não sou capaz de julgar aqui se a obesidade é pior para a saúde do que o vício pelo cigarro.  Já ouvi alguém dizer: "é melhor ser gordo que ser fumante".

Mais tarde a psicologia chamou o vício de compulsão, daí compreende-se que pelo lugar que ocupa em nossas vidas, alguns hábitos não dever ser simplesmente eliminados, pois corre-se o risco de que este seja apenas substuído por outro.
Porisso algumas pessoas param de fumar e logo engordam.
A intolerância a frustração, ou controle de ansiedade, ou outros motivos, acabam da mesma forma, "superados" através da oralidade, ou seja, pela boca.



A teia de hábitos é incrivelmente forte. Porisso os hábitos superam a força de vontade. Se não recorrermos novos modos de satisfação, os hábitos vícios permanecerão os mesmos.

Não podemos ser uma máquina de hábitos, tão pouco agir do mesmo modo. Identificar como estamos lidando com as frustrações, reconhecer que elas sempre vão existir independente de engordarmos nosso corpo ou nos intoxicarmos com outras drogas é o primeiro passo para desfazer essa teia que criamos.

Seu vício diz muito sobre você. Pense nisso!

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