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Conte-nos qual é a mulher que não gostaria de dormir plebeia e acordar princesa? As mais céticas irão franzir o nariz, mas os olhos do mundo estão atentos para contemplar e seguir exaustivamente a jovem noiva que se prepara para realizar um sonho. Biógrafos da Inglaterra se mexem para buscar todos os vestígios da história da jovem que conquistou o coração do príncipe. Todos querem saber o que ela tem, o que fez para conseguir tal proeza, como ela é.
Imaginem que para a preparação do casamento real os fornecedores disputam o selo real, que é entregue como uma marca para aqueles que irão confeccionar todos os preparativos da cerimônia e do grande baile. Nesse dia todas as princesas e plebeias estarão em busca de seus melhores trajes para se sentirem, ao menos um pouco, dentro do conto de fadas real!
Mas esse sonho não é dela, é de todas, e nesse momento em que se prepara para esse grande dia está mobilizando dentro de todas as mulheres a constelação do arquétipo da princesa.
Será que toda mulher não deseja de todo o coração constelar o arquétipo da Princesa, ou seja, será que não há dentro de nós um desejo escondido e idealizado de sermos tratadas como princesas?
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Para Jung os contos de fada têm origem nas camadas profundas do inconsciente, comuns à psique de todos os humanos, “dão expressão a processos inconscientes e sua narração provoca a revitalização desses processos restabelecendo assim a conexão entre consciente e inconsciente”. Pertencem ao mundo arquetípico. O arquétipo é um conceito psicossomático, unindo corpo e psique, instinto e imagem. Para Jung isso possui uma força tão intensa, capaz de mobilizar as nações através de um sentimento único, explicando porque estamos tão envolvidos agora com o casamento real.
Nas mulheres mobilizando o desejo de serem princesas, de que o príncipe a resgate das garras do mundo cruel, seja provedor de todos os seus desejos, prontamente atendidos pela sua doçura e gentileza. Para que ela não tenha que se preocupar com mais nada, já que a capa da Vogue será sempre sua.
E nos homens a idealização de possuir a princesa. Eles sonham com uma princesa, a personificação da perfeição. Aquela mulher que seja independente, linda, que não tenha celulite, não vista mais de 38, não faça festa, não beba, não fume, lave as roupas dele, cozinhe bem e use todo santo dia calcinha e sutiã que pinicam até a alma.
Esperar 100 anos para receber um beijo do príncipe encantado? Nas mulheres mobilizando o desejo de serem princesas, de que o príncipe a resgate das garras do mundo cruel, seja provedor de todos os seus desejos, prontamente atendidos pela sua doçura e gentileza. Para que ela não tenha que se preocupar com mais nada, já que a capa da Vogue será sempre sua.
E nos homens a idealização de possuir a princesa. Eles sonham com uma princesa, a personificação da perfeição. Aquela mulher que seja independente, linda, que não tenha celulite, não vista mais de 38, não faça festa, não beba, não fume, lave as roupas dele, cozinhe bem e use todo santo dia calcinha e sutiã que pinicam até a alma.
Passar 365 dias do ano limpando banheiro para poder ir a um único baile no palácio?
Catherine Elizabeth Middleton será a cinderela da vida real. Kate era a típica garota sonhadora que esperava pelo cara no cavalo branco. Amigos da época da escola contam que, mesmo antes de conhecer o príncipe, ela nunca mostrou interesse por outros rapazes dizendo que “Nenhum deles chega aos pés de William”. Ela ainda não o conhecia, mas mantinha um cartaz do príncipe vestido com o uniforme de pólo na parede de seu quarto. Ela lá recebeu o apelido de “Princess in Waiting” (Princesa à Espera) devido à sua fascinação pelo príncipe.
William matriculou-se na faculdade de St. Andrews e junto com ele milhares de garotas que se inscreveram com o sonho de conhecer o príncipe. Dizem que a cada 10 matriculados, 9 eram mulheres. Entre elas, Kate.
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Que mulher independente é essa que deve estar sempre linda, de cabelo arrumado, andando um passo atrás de seu príncipe, que não tem direito à vida própria e tem de estar sempre disponível para ele e seu mundo? Seria esse realmente um sonho a personificar em sã consciência? Ou seria uma imposição subliminar implantada desde a infância através dos brinquedos idiotas que mimetizam cuidar de casinhas e vestir bonecas estúpidas e sem personalidade cujo único sonho é "ser salva" da vida cruel e ter como único ideal de felicidade uma vida "a dois"? Pessoalmente, acho que o casamento até complementa minha individualidade, mas prefiro de coração sujar o vestido cor-de-rosa com o suor da minha luta e das minhas dificuldades desde que possa dirigir meus passos para onde eu bem entenda...
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