quarta-feira, janeiro 18, 2012

A crença de não ser bem sucedido





Existem pessoas que sempre me perguntam: "...por que isso sempre acontece comigo, acontece comigo."
Esse tipo de afirmação pode demonstrar uma crença de que não merece obter plenitudide naquilo que desejas pois você mesmo se sabota.
Uso muito a palavra auto sabotagem, pois acredito que seja um grande mal dos seres humanos.

Certa vez uma pessoa que acompanhei por um tempo ( e que me autorizou a revelar isso aqui) me disse: "Eu poderia ter feito melhor, mas deixo tudo para depois" (outro sinal de auto sabotagem)
e acreditava que as coisas eram melhores para os outros e nunca para ela.
Demorou um  tempo para ela perceber que as coisas eram difíceis para ela porque nada para ela era suficientemente bom. Ela não se permitia terminar nada e assim nada tinha fim e ia deixando tudo para depois. Inclusive a crença de que um dia seria feliz e plena.
Começava projetos apenas para abandoná-los.

Após algum tempo foi relembrando que também para seus pais nada do que fazia estava bom. Inclusive as boas notas na escola eram apenas obrigação e jamais recebia um elogio pelo seu esforço.
A crença era de que ela não poderia ser bem sucedida porque interpretava as expectativas dos outros como comando.
Isto despertava suas defesas passivo-agressivas e ela não tentava nada.
Durante a terapia tentava sempre me decepcionar.
Ela queria progredir, mas era mais importante para ela não ir a lugar algum, isto é, manter-se fiel ao status quo dos pais, pois era com eles que ela se identificava.
Ela fez algum progresso, mas um progresso tão lento e tão dolorido que foi difícil perceber e partilhar. Muitos passos adiante e inúmeros passos atrás.
É assim que funciona para a maioria dos que são prisioneiros desse tipo de repetição. O receio de magoar os pais, a culpa por se libertar e por fazer seus direitos valerem não podem ser superados facilmente.
 Para muitos a expressão de autonomia que deveria ocorrer, gradativamente, durante o amdurecimento, não surge de maneira alguma.
Em famílias onde os pais são autoritários, severos e inflexíveis as crianças  crescem com medo e ansiedade. A ameaça da culpa, da punição, do retraimento do amor, da aceitação e do abandono; forçam as crianças refrear a necessidade de experimentar e de cometer os próprios erros.
Assim elas permanecem em constante dúvida sobre si mesmas, com inseguranças e relutantes em confiar nos próprios sentimentos.

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