quarta-feira, novembro 23, 2011

Abandone a necessidade de ser reconhecido



A melhor forma de transformar o comportamento das crianças é elogiar tudo que elas fazem de bom e ignorar seu comportamento negativo. Sabe aquelas crianças e adolescentes mal criadas, ou que vivem com um sintoma ou outro de doença? Certamente o ego delas aprendeu que fazendo boas ações não recebiam reconhecimento, então começam a agir de forma impetulante, insistente, agressivos ou até mesmo ficando doentes gravemente porque assim o ego percebe que recebe atenção e reconhecimento.
Não é de propósito, isso acontece simplesmente por causa de um impulso inconsciente de sobrevivência do ego. Conheço pais que dizem a respeito dos próprios filhos “nossa, meu filho não tem jeito, ele é insuportável” ou ainda “você não sabe porque não está com ele todos os dias, só estou com o pai dele porque não daria conta sozinha”.  Imagine que estas crianças foram reforçadas em seu comportamento negativo e assim foram estruturando sua personalidade chamando atenção através do comportamento no qual era atendidas, ou seja, através do mal comportamento recebiam atenção, mesmo que seja uma atenção voltada para uma briga, um puxão de orelha ou uma surra.
Para o ego é melhor receber uma atenção negativa do que nenhuma atenção.

Mais tarde quando adultos, isso se torna uma prisão emocional, necessitamos de atenção e quando não a recebemos podemos compensá-la. É aí que entra a compulsão.
Por exemplo, uma pessoa que tem compusão alimentar, ou seja não consegue controlar seus impulsos alimentares, e por vezes através de uma sensação anterior, denomindada ansiedade, vai atrás de comida em busca de prazer, durante a satisfação deste prazer ela se sente aliviada, mas depois precisará de cada vez mais comida.
Mas porque esntão que essa pessoa não controla seus impulsos e come menos? Porque aí ela não sentiria alívio e prazer, tão almejado pela ansidedade de não ser reconhecida.
Uma pessoa que não tenha essa compulsão, irá sentir esse prazer sem o lado ruim da necessidade, sentindo-se saciada com uma pequena quantidade, que se for ultrapassada, poderá causar repulsa.

Para não mais depender da atenção e reconhecimento de outros (chefe, marido, filhos, pais e mães..) é preciso antes estabelecer um padrão de relacionamento sincero prioritário entre você e você mesmo. Esse relacionamento deve vir antes de todos os outros em ordem de importância, antes de pais, filhos, marido, em fim. 
Através deste realcionamento você poderá se perceber e manter um diálogo interno, distinguindo o que é meu e o que é do outro e abrindo a consciência para estar lúcido e perceber se me irrito com o outro, ou com algo que ele faz ou diz, ou se a irritação já estava dentro de mim, e eu uso o outro como desculpa para explicar a minha irritação.

Se algo que ele diz me irrita ou me deixa zangado, é porque se engancha em algo que está em mim. Se alguém disser : Acho que seu cabelo verde é ridículo, nem vou me importar porque não tenho cabelos verdes, mas, se a pessoa disser que estou gorda, ou qualquer outra coisa que me irrite, é porque esta colocação faz sentido para mim, é porque também penso isso de mim e não estou ok, em paz com isto.
O que o outro diz e me incomoda, na realidade só despertou um sentimento quanto a mim mesmo que já me incomodava, e que eu não tratei.
Se a pessoa foi rude, grosseira, insensível. Isto é problema dela, afinal, por que eu ficaria tão incomodada com o outro que é grosseiro? Ele tem todo o direito de falar o que quiser já que a boca é dele! Se ele fala algo grosseiro. É ele que é grosseiro. Se enganchou em mim, a solução é me analisar e conhecer meus ganchos.
 A melhor maneira para resolver esta relação é pensando no que acontece comigo e não naquilo que esta ruim com o outro. Afinal, só é possível mudar algo em mim, e é inutil ter a pretensão de modificar o outro.

 Bater na mesma tecla dizendo e redizendo sobre o que o outro tem que mudar é pura perda de tempo e não leva a nada. - Quando apontamos o dedo para o outro é mais útil olharmos primeiro para nós mesmos. Afinal, embora um dedo esteja apontado para frente, três outros dedos apontam para trás.

Quanto melhor for a relação que desenvolvo comigo mesmo mais sinto que existe dentro de mim algo que vale a pena e que posso confiar. Nessa relação de nós com a gente mesmo elevamos a autoestima, investimos em nós e desenvolvemos relacionamentos saudáveis em que pode haver dois. Portanto, antes de conviver com o outro precisamos poder conviver com a gente mesmo.
Quando há diálogo interno desenvolve-se uma captação maior de si mesmo e é possivel modular a percepção do outro e através da nossa percepção transformamos a do outro, influenciamo-la positiva ou negativamente.
Além do que, nossos conflitos externos nada mais são do que manifestações de nossos conflitos internos.
 Aquele que declara guerra ao outro, deixou de vencer a si mesmo e distinguir qual é conflito que vem das profundezas quando entra em conflito com o outro”. Afinal de contas o outro tem o direito de pensar diferente e agir diferente. Então, porque nos ofendemos tanto?
Caso contrário quando não há uma relação comigo, algo de essencial em mim deixa de existir então preciso desesperadamente do outro, se não houver o outro, só me resta ausência. É o perigo em entrar em uma relação – simbiotica. 
Posso separar o que é meu e o que é do outro. 
Certamente existem pessoas tóxicas e venenosas que podem nos fazer mal, no entanto, distinguir as razões que levaram tal pessoa a ser toxica para mim é bem mais útil do que simplesmente colocar toda a responsabilidade do meu mal estar no outro e ponto final.

O filho do outro é um presente

  Se você se relaciona com alguém que tem filhos saiba que tudo que esse filho traz junto com ele é, de algum forma, um tipo de aprendizado ...